Foram 3.356 focos de queimadas na Bahia, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) | Joédson Alves / Agência Brasil
A Bahia registrou, entre janeiro e 26 de agosto deste ano, 3.356 focos de queimadas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) levantados pelo BNews. Os números colocam o estado como o segundo da região Nordeste com maior índice de focos de incêndio.
De acordo com o Sistema de Monitoramento do Inpe, considerando somente estados nordestinos, a Bahia fica atrás somente do Maranhão, que, no período, registrou mais que o dobro de focos: 6.871, no total. O estado do Piauí fica na terceira posição, com 2.536 casos.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) destacou ao BNews os municípios com maior incidência de casos. A reportagem percebeu que a maioria dos focos de calor em 2024 na Bahia até agora estão concentrados na região Oeste. Confira:
- São Desidério – 315 focos
- Formosa do Rio Preto – 226 focos
- Cocos – 201 focos
- Santa Rita de Cássia – 167 focos
- Xique-Xique – 166 focos
- Correntina – 127 focos
- Jaborandi – 127 focos
- Barreiras – 98 focos
- Riachão das Neves – 81 focos
- Muquém do São Francisco – 75 focos
Agosto
Mesmo ainda sem ter chegado ao fim, agosto já é o mês com mais focos de queimadas na Bahia: são 876, no total. Além disso, este é o terceiro agosto que mais registrou focos de incêndios na última década, ficando atrás do mesmo período em 2021 e 2022, com 1.470 e 947 focos, respectivamente.
No recorte nacional, a Bahia aparece na 11ª posição. O top 3 é composto por Mato Grosso (21.887), Pará (15.386) e Amazonas (12.701). Confira abaixo o levantamento, elaborado pelo BNews, dos focos de queimadas registrados pelo Inpe entre janeiro e 26 de agosto de 2024 nos 26 estados brasileiros e Distrito Federal:
Apesar dos dados pouco animadores em 2024 na Bahia, quando analisado um recorte mais amplo, a história muda de figura. É possível perceber que, até o momento, 2024 é o ano com menos focos de queimadas da série histórica de monitoramento do Inpe inciada em 1998 — mas, considerando a curva crescente dos casos, não deve manter a marca.
Até o momento, na Bahia, 1999 é o ano completo mais positivo neste quesito, com 3.774 registros, seguido por 2018, com 4.956 focos de incêndios registrados.
Ainda de acordo com o Inpe, o ano de 2007 foi, com sobras, o que mais teve casos: 29.468, no total. Logo em seguida aparecem 2008, com 20.781 registros, e o ano de 2003, com 19.584 focos de queimadas monitorados pelo Inpe na Bahia. Confira a série histórica:
Série histórica de focos ativos detectados pelo satélite de referência, no período de 1998 até 26/Ago | Fonte: Inpe
Para conter os avanços das queimadas, o Corpo de Bombeiros da Bahia, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), possui o Programa Bahia Sem Fogo. Além disso, o Inema realiza um monitoramento contínuo dos focos de queimadas e publica diariamente boletins com dados detalhados, incluindo a localização e outras estatísticas relevantes.
Por meio de nota enviadoa ao BNews, o Instituto destacou que as detecções de focos de calor feitas pelo Inpe ocorrem por meio de satélite, o que pode superestimar a quantidade real de incêndios florestais.
“Apesar das condições climáticas desfavoráveis no início de 2024, principalmente devido ao El Niño, que resultou em menos chuvas e temperaturas mais altas, o número de focos de calor está próximo da média histórica, refletindo as políticas públicas implementadas e uma maior conscientização sobre o uso de determinadas práticas agrícolas”, pontuou o Inema.
Bnews