No quesito emprego, por exemplo, atualmente há na Bahia 2,1 milhões de trabalhadores com vínculos formais, um aumento de pouco mais de 70 mil em relação a meados de 2023
Nesta terça-feira (16), se comemora no Brasil o Dia do Comerciante, data escolhida em homenagem a um baiano, Visconde de Cairu. Principais atividades econômicas do Estado e responsáveis pela maior parte da geração de empregos, o comércio de bens, serviços e turismo são setores que tem crescido e trazido boas projeções para este segundo semestre de 2024.
A combinação de mais emprego, mais renda disponível, menor inadimplência e juros relativamente mais baixos deve repercutir num aumento de cerca de 5% para o varejo baiano, no período de julho a dezembro. Pelo menos é o que prospecta a Fecomércio-BA. No acumulado do ano, a expectativa também é positiva, também próxima a 5%, acelerando em relação aos 0,4% vistos em 2023.
São vários os indicadores que apontam para o sucesso dessa combinação. No quesito emprego, por exemplo, atualmente há na Bahia 2,1 milhões de trabalhadores com vínculos formais, um aumento de pouco mais de 70 mil em relação a meados de 2023.
“Ou seja, a massa de rendimentos disponível para os trabalhadores é mais elevada, o que permite o aumento do poder de compra, com consequências positivas para o comércio e serviços, especialmente. Além disso, como o dado do CAGED mostra mais pessoas com carteira assinada, ao chegar no final do ano isso terá um efeito expressivo no recebimento do 13º salário, com reflexo nas vendas da Black Friday e Natal”, explica a entidade.
A melhoria nas questões para obter créditos também está inclusa. “A taxa de juros da economia está em 10,50% ao ano e deve permanecer como está. Um ano atrás esse percentual estava em 13,75%, o que trouxe redução também nas taxas cobradas dos consumidores. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média praticada para a pessoa física no Brasil está em 52,4% ao ano, bem abaixo dos quase 60% a.a. vistos em maio e junho do ano passado”, explica a entidade.
De acordo com a Fecomércio, outro fator que permite um ganho de renda para a população e, consequentemente, melhor expectativa para setor, é a inflação comportada. Segundo o IBGE, os preços sobem 2,49% até quase o meio deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado o percentual havia sido de 3,23%, na Região Metropolitana de Salvador.
A entidade pontua, entretanto, a existência de acontecimentos que podem trazer efeitos negativos, como a alta do dólar, os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul e aumentos na energia elétrica e nos combustíveis. “Mesmo assim, não deve haver nenhum tipo de descontrole ou elevação expressiva até o final do ano, garantindo, de certa forma, o poder de compra e seus reflexos positivos na economia local”, destacou.
Turismo – Setor de aposta de Salvador e da Bahia, o turismo também tem boa previsão para os próximos seis meses, mais especificamente com os serviços prestados às famílias, como hotéis e restaurantes. Conforme a Fecomércio-BA, a ampliação da oferta de assentos domésticos e internacionais tem favorecido esse bom desempenho e os empresários seguem investindo na melhoria, ampliação e construção de novos estabelecimentos.
Segundo a entidade, “com o dólar mais caro, diminuindo as viagens ao exterior, haverá uma busca natural por destinos nacionais e o que se sobressai é a Bahia, pela sua localização de maior proximidade dos grandes centros emissores de turistas, como a região Sudeste”.
Tribuna/Foto: Romildo de Jesus