No Dia Mundial da Osteoporose, especialistas reforçam que a doença é silenciosa, mas pode ser prevenida e tratada; Na Bahia, o Creasi amplia acesso a exames e inicia oferta de medicamento inovador para mulheres idosa
Por Rayllanna Lima
A osteoporose se instala sem causar dor, mas pode mudar drasticamente a vida de quem sofre uma fratura. Nesta segunda-feira (20), quando se celebra o Dia Mundial da Osteoporose, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) se une à campanha global para chamar atenção a uma doença que enfraquece os ossos e afeta cerca de 15 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já no mundo, conforme aponta a International Osteoporosis Foundation (IOF), são mais de 500 milhões de pessoas sofrendo com osteoporose.
Caracterizada pela perda de massa óssea e aumento do risco de fraturas, a osteoporose é a principal causa de fraturas em pessoas acima dos 50 anos, especialmente no quadril, punho e coluna. “A menopausa é um deles, já que ocorre a diminuição dos níveis de estrógeno, hormônio feminino que é fundamental para manter a massa óssea”, explica o reumatologista José Eduardo Martinez, presidente da SBR.
Segundo ele, o envelhecimento, fatores hereditários, uma dieta pobre em cálcio, o excesso de fumo e álcool, longos períodos de imobilização e o uso prolongado de corticoides também podem favorecer a redução da massa óssea.
Apesar de ser mais comum em mulheres, a doença também atinge homens. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, estudos indicam que cerca de 25% das fraturas por osteoporose ocorrem no público masculino, e a taxa de mortalidade após fraturas de quadril é duas vezes maior entre eles. O alerta é para que os homens procurem avaliação e realizem o exame de densitometria óssea, que mede a densidade dos ossos e permite o diagnóstico precoce.
Entre as complicações raras, o reumatologista José Eduardo Martinez, presidente da SBR, chama atenção para fraturas atípicas do fêmur, que podem ocorrer em
decorrência do uso prolongado de bisfosfonatos, medicamentos comumente utilizados para tratar a osteoporose. Também foi discutida recentemente a chamada osteoporose associada à gestação e lactação, condição rara, mas que pode causar fraturas vertebrais em mulheres jovens no final da gravidez ou logo após o parto.
Ação para diagnóstico e tratamento da doença
Na Bahia, o Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi) tem desempenhado papel essencial no diagnóstico e tratamento da doença. A unidade, vinculada à Secretaria Estadual da Saúde, oferece gratuitamente o exame de densitometria óssea para toda a população e acaba de iniciar a aplicação do medicamento Romosozumabe, indicado para mulheres idosas com osteoporose grave e alto risco de fraturas. O fármaco, um anticorpo monoclonal inovador, estimula a formação de massa óssea e reduz a perda, representando um avanço no tratamento.
“Com esse avanço, o Creasi fortalece ainda mais sua atuação na Rede de Atenção à Saúde, garantindo às pessoas idosas acesso a tratamentos modernos, eficazes, seguros e que possam melhorar a funcionalidade e qualidade de vida”, afirma a coordenadora da farmácia da unidade, Cristina Moreira.
Além do Romosozumabe, o centro disponibiliza outros medicamentos, como calcitonina spray, raloxifeno e risedronato, conforme os protocolos clínicos vigentes do Ministério da Saúde. O atendimento é feito mediante encaminhamento médico e apresentação de documentos pessoais e cartão do SUS.
Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia




