O estudo mostra que entre as 26 lavouras analisadas pelo IBGE, 17 devem ter aumento de produção em relação a 2024
Por Hieros Vasconcelos
A agricultura baiana deve encerrar 2025 com um novo recorde histórico na produção de grãos, mesmo com uma pequena revisão negativa nas estimativas do algodão. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado ontem pelo IBGE, a Bahia deve colher 12,8 milhões de toneladas de grãos, volume 12,3% superior ao de 2024, quando a produção ficou em torno de 11,4 milhões de toneladas.
O desempenho mantém o estado com a sétima maior safra do país, responsável por 3,7% da produção nacional, confirmando o peso do agronegócio baiano na economia nordestina. O resultado consolida a força de culturas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar, que seguem puxando o crescimento agrícola do estado.
Embora o recorde tenha sido mantido, o levantamento mostra uma revisão leve para baixo em relação a agosto, de menos 43,3 mil toneladas (-0,3%), puxada pela queda de 3,8% no algodão herbáceo. Mesmo assim, a Bahia deve colher 1,79 milhão de toneladas do produto, número 1,4% maior que em 2024. O estado continua como segundo maior produtor de algodão do país, respondendo por 18,3% da produção nacional, atrás apenas do Mato Grosso, que concentra 73% do total brasileiro.
O estudo mostra que entre as 26 lavouras analisadas pelo IBGE, 17 devem ter aumento de produção em relação a 2024. A análise é de que o resultado mostra que o avanço da agricultura baiana é consistente e diversificado. O maior salto vem da soja, com alta de 14,3%, o equivalente a mais de 1 milhão de toneladas adicionais, seguida pela cana-de-açúcar, com crescimento de 12,6%, e pelo milho da 1ª safra, que deve aumentar 24,6% em relação ao ano anterior.
A cana-de-açúcar registrou uma expressiva revisão positiva de 13,7% em setembro, com previsão de 6,24 milhões de toneladas, superando o desempenho de 2024. Já o café arábica apresentou retração de 19,4%, com estimativa de 88,8 mil toneladas, o que reflete condições climáticas menos favoráveis e variações na produtividade.
Por outro lado, algumas lavouras terão desempenho negativo, como o tomate, cuja produção deve cair 48,4%, o feijão da 1ª safra (-37,0%) e o sorgo (-11,5%). Ainda assim, o saldo geral é amplamente positivo, mantendo a trajetória de crescimento observada nos últimos anos.
Em nível nacional, o IBGE prevê também um recorde histórico de 341,9 milhões de toneladas de grãos, crescimento de 16,8% sobre 2024. O Mato Grosso segue na liderança, com 32,4% do total brasileiro, seguido por Paraná (13,5%) e Goiás (11,3%).
De acordo com o levantamento, a Bahia, com sua produção agrícola em expansão e crescente diversificação, consolida-se como um dos polos mais dinâmicos da agricultura nacional, combinando tecnologia no campo, expansão de áreas produtivas e forte presença no mercado exportador. Apesar de oscilações pontuais, o ritmo de crescimento indica que o estado deve seguir ampliando sua participação no cenário agrícola brasileiro nos próximos anos.
Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia




