Pulverização de terceira via favorece ACM Neto, dizem aliados
A avaliação dentro do grupo liderado por ACM Neto é de que uma eventual pulverização de candidaturas de terceira via à Presidência da República
Por Rodrigo Daniel Silva
A avaliação dentro do grupo liderado por ACM Neto é de que uma eventual pulverização de candidaturas de terceira via à Presidência da República pode favorecer o ex-prefeito soteropolitano na disputa ao governo da Bahia. Segundo apurou a Tribuna, o entendimento dos correligionários é de que, com várias candidaturas de centro ao Palácio do Planalto, Neto não precisaria ficar “preso” a nenhuma delas.
O próprio Neto, segundo interlocutores, admite que a pulverização o beneficia, e faria parte da sua estratégia de não nacionalizar a campanha ao Palácio de Ondina. Neto entende que, se tiver uma coligação com vários partidos com candidatos a presidente da República, ele poderá “não se comprometer individualmente com ninguém”, conforme os aliados. Dentro da atual aliança de Neto, há hoje, pelo menos, dois partidos que miram a Presidência: PSDB, com Eduardo Leite ou João Doria, e PDT, com Ciro Gomes. Além disso, o Republicanos deve apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Agora, Neto tem dito a interlocutores que a estratégia atual pode ser alterada porque, no entendimento dele, “muita coisa ainda vai acontecer nesse jogo nacional” e terá “um impacto na Bahia”. O ex-prefeito tem afirmado, publicamente, que o seu novo partido, o União Brasil, pretende lançar candidato à Presidência da República. Neste cenário, Neto, que é secretário-geral do partido, poderia se obrigar a apoiar o postulante do partido.
“Nosso caminho não é estar ao lado do presidente da República. Nosso caminho é ter um projeto próprio de candidato à Presidência. Esse partido não nasce debaixo das asas de governo e não há nenhum interesse de estar fazendo jogo com perspectiva de negociar o que quer que seja com o governo”, afirmou ACM Neto, em entrevista ao site UOL na última segunda-feira.
O União Brasil, novo partido formado pela fusão entre Democratas e PSL, foi oficializado na última quarta-feira. Na Bahia, terá mais de 500 políticos em cargos eletivos, entre deputados federais e estaduais, prefeitos, vices e vereadores. Nacionalmente, o União Brasil terá a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 82 deputados federais. No Senado, serão oito cadeiras. No país, a sigla será presidida pelo deputado federal Luciano Bivar, que comandava o PSL.
“Sem dúvida, um partido que vem para ajudar a construir o futuro do Brasil. Um partido que vem para pregar a conciliação, entendimento, diálogo. E vem para representar milhares de brasileiros que sonham com uma política melhor. Vamos lutar por isso”, declarou ACM Neto. “O União Brasil traz em seu nome a motivação, o embasamento e a finalidade que respondem pela sua criação. Nascido da fusão de dois partidos fortes e em ascensão: DEM e PSL. O União Brasil é um somatório de forças que tem como propósito servir de base, de instrumento, de caminho para a pacificação, entendimento, o diálogo construtivo, a conjunção de esforços, que são imprescindíveis, para a prosperidade e a paz que os brasileiros desejam e merecem ter”, acrescentou.
Tribuna/Foto divulgação