Vilas-Boas: não tem vacina para atender todos os pedidos
O secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou que “infelizmente” não é possível atender a todos os pedidos
Por Rodrigo Daniel Silva
Diante da escassez de vacinas contra a Covid-19, políticos baianos têm travado uma batalha para colocarem categorias que defendem nos grupos prioritários de vacinação. É o caso do senador Angelo Coronel (PSD), que encaminhou ao governo da Bahia nesta semana dois ofícios solicitando a inclusão de carteiros e representantes comerciais nas prioridades.
Já o vereador de Salvador, Claudio Tinoco (DEM), defendeu a inclusão dos guias de turismo no primeiro lote da vacina do coronavírus. “Os guias de turismo ficam expostos a visitantes de todas as partes do mundo. Com isso, podem adoecer e virar vetores de contaminação em toda a cidade”, argumentou o democrata. Também legislador soteropolitano, Emerson Penalva (Podemos) quer que as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) sejam incluídas no grupo prioritário de vacinação.
Penalva alega que os autistas possuem dificuldades em usar máscaras e até mesmo de seguir as medidas protetivas. “Para além disso, se uma pessoa autista for internada por covid-19 necessita de um acompanhante nesse local, um ambiente, muitas vezes, estressante e que podem, inclusive, agravar a situação delas. Por isso peço que nosso prefeito Bruno Reis e o secretário da Saúde, Leo Prates, sejam ainda mais sensíveis com esta causa e concedam essa prioridade logo na fase 1 da vacinação”, pontuou.
A vereadora Cris Correia (PSDB) pediu a inclusão dos profissionais de imprensa no cronograma de vacinação contra o coronavírus. “Salvador pode sair na frente e fazer justiça aos trabalhadores incansáveis na labuta de bem informar os cidadãos”, disse a tucana. O deputado estadual Tiago Correia (PSDB) sugeriu que os médicos veterinários sejam prioritários também. “Entendemos o momento delicado devido à restrição de vacinas e reconhecemos a importância da imunização de todas as categorias incluídas na lista. Ocorre que o médico veterinário exerce sua profissão como agente promotor e mantenedor da saúde animal, ambiental e humana, inclusive sendo reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde como profissional de saúde”, declarou.
À Tribuna, o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou que “infelizmente” não é possível atender a todos os pedidos. “Muitos pleitos são legítimos. Infelizmente, não temos vacinas para atender aos pleitos. Penso que pessoas com doenças graves e transplantadas deveriam ter sido priorizadas. Também as pessoas mais pobres, que dependem do sistema público de transporte nas capitais, e que moram em condições de habitação menos favorecidas, também mereceriam uma priorização”, disse. Nesta semana, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que pediu ao ainda ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para dar prioridade aos professores no plano de vacinação e, assim, acelerar a retomada das aulas presenciais.
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