Com poucas doses, Argentina começa vacinação contra Covid-19 nesta terça

A Argentina inicia nesta terça-feira (29), a partir das 9 horas da manhã no horário local, a vacinação da sua população contra a Covid-19, utilizando a Sputnik V, vacina desenvolvida pela Rússia.
A largada dos argentinos pela imunização contra a doença do novo coronavírus será marcada por um número bastante reduzido de doses e um forte contorno político, tanto para quem vacinará, quanto para quem forneceu as doses.
Confirmado o início da vacinação, a Argentina será o quarto país latinoamericano, depois do México, do Chile e da Costa Rica, a ter a imunização em andamento. E antes do Brasil, a maior economia da América do Sul, que ainda não tem previsão para iniciar a vacinação.
Na quinta-feira (24), a Argentina recebeu 300 mil doses da Sputnik V. Além de atingir um percentual reduzido da população (0,6% dos quase 45 milhões de argentinos), o carregamento também não se resolve em si.
A Sputnik V é composta de duas injeções, que possuem conteúdos distintos. Segundo a Reuters, as 300 mil doses são todas para a primeira das duas aplicações. Ou seja, a Argentina inicia a imunização ainda sem ter em sua posse a vacina que vai ter de aplicar nas mesmas pessoas em 21 dias.
No médio e longo prazo, o governo argentino espera ter doses suficientes da vacina russa para imunizar 10 milhões de pessoas até fevereiro. Caso cumpra a meta ousada, o país abarcaria mais de três quartos das pessoas que integram os grupos de maior risco para a doença — que, de acordo com as projeções oficiais, são cerca de 13 milhões.
Não se trata de uma coincidência. Aposta argentina para acelerar a imunização, a Sputnik V está com estoques irregulares dos dois componentes nos produtores locais. “É verdade que os problemas tecnológicos persistem… Se produz mais do primeiro componente por litro em biorreatores que o da segunda dose”, explicou uma fonte à Reuters.
Na quarta-feira (23), a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica da Argentina (Anmat), o equivalente argentino à Anvisa, aprovou a Sputnik V e também a vacina da Pfizer/BioNTech para uso emergencial no país.
CNN Brasil